Visita Ateliê de Bia Cunha
A data que nossos ancestrais passaram a se proteger e se vestir usando fibras não é exata, mas desde que o mais rústico tear surgiu, e com ele os princípios básicos do tecer: urdume, abertura da cala, inserção da trama, batida do pente... uma revolução "pontuou" a arte da tecelagem e mudou o rumo da história - falo da "automação da indústria têxtil que coincidiu com a Revolução Industrial, quando as teares, manipulados por força humana ou animal, passaram a ser acionadas por máquinas a vapor, e posteriormente motores elétricos"... de um lado os Mestres e Artistas têxteis com seus teares de pedal, alto liço, pente liço, homens e mulheres estudiosos e conhecedores de técnicas, padronagens, texturas e vocabulário, em suas oficinas e ateliês, espalhados pelos quatro cantos do planeta, atentos ao desenrolar dessa trama. Do outro…
Uma coisa é um tecido industrial, outra coisa é um tecido feito a mão. Toda essa introdução acima para contar minhas reflexões ao sair do Ateliê da Design Têxtil Bia Cunha, uma Mestra naquilo que faz.
Quer ser um bom tecelão? Estude. Pratique. Entenda. E ela estudou: Brasil, França, Itália, Estados Unidos... Bia Cunha gosta de trabalhar com fibras e fios de espessura fina, e de padronagens complexas de entrelaçamento. Ganhou prêmio lá fora ao criar tecido extremamente complexo. Ela une conhecimento dos antigos e contemporâneos mestres, mais seu longo estudo "cientifico" da tecelagem, mas lamenta que nossas universidades e faculdades não disponham de laboratórios de estudo com os mais diversos tipos de teares existentes no mundo, pois custa caro..Conta que já pilotou uma Jacquard, e sorrir com a memória ter se sujada toda de graxa de máquina.
A visita ao Ateliê faz parte do Projeto coordenado pela Tecelã Nádia Resende. E como descrever a importância do evento: visitar um Ateliê de uma Mestra e poder ver seus dois teares Suíços incríveis: um tear de maquineta eletrônico e outro de lançadeira oito quadros, ambos da Empresa ARM...
E se os teares me deixou maravilhado, boquiaberto, o que escrever da apresentação do mostruário de tecidos criados e desenvolvidos por ela nos últimos anos. São primorosos, expressivos, de uma perfeição e delicadeza, que só vendo, sentido. Especialíssimo. Bia Cunha trânsita com conhecimento de causa e efeito, passeia pelos antigos métodos do tecer aos mais modernos mecanismos que facilitam sua trama. Show.
créditos , link aqui.
3 comentários:
Olá,
fiquei surpreso ao ver a reprodução aqui do post que fiz no meu blogspot, mas notei que não fazem nenhum referência ao autor do post, no caso eu... Acho maravilhoso a idéia de fortalecer a arte têxtil, mas existe a politica diplomática de antes de mais nada comunicar o autor... enfim...
Prazer e obrigado mesmo assim.
Abraços
Alexandre Hebert
Prezado Alexandre vou retificar .
Coloquei apenas os créditos e o link abaixo no final do post.
Meus parabéns pelo trabalho.
Aproveito para pedir autorização para transcrever suas matérias por acreditar que através desse compartilhamento a nossa arte seja difundida .
abs
Oi
Por favor, obrigado por divulgar a tecelagem manual do Brasil e nossa arte têxtil.
Parabéns e abraços
Alexandre Heberte
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